História da nossa Igreja

Em 1939, não havia uma Igreja em Mirandópolis, apenas uma pequena Capela de Madeira onde eram recebidos os fiéis. Neste mesmo ano, quando o Padre Epifânio aqui chegou, Mirandópolis era uma região inóspita, cercada de floresta fechada. A mata estava sendo devastada para se plantar café, que era a base da economia brasileira. E os trabalhadores que derrubavam as árvores eram todos nordestinos, que aqui vieram à procura de trabalho e de uma vida mais confortável. A chegada do Padre foi providencial para impor ordem, respeito e religiosidade entre os moradores.

E o Vigário era muito sisudo e rigoroso quanto às obrigações religiosas. Logo se impôs e, começou o seu trabalho de regularizar a vida religiosa de todos, catequizando, batizando, casando e convocando todos à missa. A população cresceu rapidamente e, a pequena Capela não comportava mais os fiéis.

Então, o Padre Epifânio iniciaria uma grandiosa missão: a de construir uma Igreja Matriz que pudesse atender a todos com dignidade. Era o tempo do café, em que fazendeiros ficavam ricos da noite para o dia com a venda do precioso grão, que era exportado para o mundo todo. Prosperaram as Máquinas do Lourencinho, a Comercial Peres, a Máquina Wada de beneficiar o café. Este era descascado, e toneladas de café foram enviadas para o porto de Santos, para atender aos compradores estrangeiros. O Brasil era o maior produtor e exportador de café do mundo.

O Padre apoiado por cidadãos locais começou a campanha do café, para reverter em benefício da Igreja de seus sonhos. O jovem clérigo acompanhado de seu amigo Eleotério Sanches, percorreu vezes sem conta, as tortuosas estradas de terra em busca dos sacos de café, num caminhãozinho. Buscava também leitoas e frangos, para as intermináveis quermesses, para angariar fundos. Padre Epifânio era incansável.

Era um trabalho hercúleo, pois além de Mirandópolis, ele atendia ainda a Paróquia de Lavínia, Guaraçaí e aos Bairros de Tabajara em Lavínia, de Machado de Mello (Amandaba), as três Alianças e mais as fazendas de Mirandópolis. E a campanha do café e as quermesses ocorriam em Lavínia e nessas outras localidades para a construção de Capelas... E celebrava missas todos os dias em latim... Dominus Vobiscum! Et cum spirit tuo!...

E realizava batizados, casamentos, confissões e dava assistência aos moribundos. E era um só para tudo isso. Além disso, ele coordenava a atuação dos vários grupos de oração, como o Apostolado da Oração, a Congregação Mariana, a Pia União das Filhas de Maria, a Associação São José, o Grupo da Cruzada Infantil...

O senhor Manoel Alves de Ataíde, fundador da cidade ao tomar conhecimento da intenção do Pároco, fez a doação do terreno para se construir a Igreja e a Casa Paroquial. Doou um quarteirão inteiro medindo oitenta metros de lado, situado entre as ruas São João, Rua do Comércio, hoje Nove de Julho, Rua Getúlio Vargas e Rua João Pessoa, hoje Rua Ana Luiza da Conceição, que era o nome da senhora esposa do fundador. Como ele doou também o terreno anexo para se construir a Praça, a Igreja foi construída defronte à Praça Manoel Alves de Ataíde, a principal da cidade. E formou um belo cenário, com a Igreja sobressaindo diante da Praça.

No dia 5 de março de 1943, Padre Epifânio consultou a comunidade sobre a construção da Igreja. Foi constituída uma Comissão integrada pelo Vigário, por Francisco Godino, Dr. Alcides Falleiros, Dr. Hermes Bruzadin, Jorge de Lima e Gumercindo Teixeira Guimarães. Mais tarde, esses dois últimos foram substituídos por Dr. Neif Mustafa.

E no dia 24 de junho de 1945, após bastante labuta realizou-se a bênção da pedra fundamental da nova Igreja. Uma senhora amiga nossa, dona Nair Rodrigues de Munhoz Lopes, era criança ainda e foi dar uma espiada no ajuntamento do povo. E viu uma fila imensa de pessoas da comunidade depositando seus braceletes, anéis e cordões de ouro ali junto da pedra. Estavam doando seus tesouros para construir a Igreja, conforme ouviu da senhora Antiniska de Lucchi Mustafa, uma das grandes colaboradoras...

A construção da obra ficou a cargo dos arquitetos Moya e Malfati, formados pela Escola de Belas Artes de São Paulo. De acordo com a informação de Vilma e Ézio Veroneze, o estilo de nossa Matriz foi copiado de outra Igreja que o Padre Epifânio conhecia na Espanha, conforme afirmação do próprio. Isso foi revelado quando o casal esteve na Capela do Asilo São Vicente em Araçatuba. Naquela ocasião, o Padre mostrara um álbum em que havia fotos de todas as fases da construção da nossa Igreja... O estilo colonial foi adotado nos séculos quinze e dezesseis, quando foram construídas muitas Igrejas em Minas Gerais e na Bahia. Essa arquitetura requer muito mais recursos, muito mais mão de obra e profundo conhecimento artístico. Com certeza, Padre Epifânio era um perito e apreciava esse estilo de arquitetura.

No dia sete de março de 1950, foi solenemente inaugurada a Igreja Matriz de Mirandópolis, cuja construção levou quatro anos para ser concluída. Nessa data também foi celebrada a última missa na velha Capela, que seria demolida.

A matriz não estava concluída, mas já era possível fazer as celebrações em seu interior, que era amplo e confortável.

Essa data de 7 de março foi escolhida porque se comemorava o Jubileu de Prata de ordenação do Padre Epifânio.

E após vinte e cinco anos a serviço da religião, longe de sua terra natal foi concedida licença para o Padre Epifânio viajar para a Espanha, para rever seus familiares. Esteve ausente de 13 de abril a 27 de outubro de 1950, período em que as obras ficaram praticamente paralisadas.

A torre só seria inaugurada em 28 de dezembro de 1952. O Engenheiro arquiteto Dr. Guilherme Malfatti, autor da planta da Igreja, e grande admirador do estilo colonial brasileiro veio especialmente assistir às inaugurações. Ficou admirado de constatar que a obra ficara primorosa, conforme a sua idealização, e não poupou elogios aos operários e ao Padre Epifânio. Este fora o orientador e Diretor de toda a obra.

"Nenhum tijolo empregado na construção foi assentado sem que o Vigário verificasse seu alinhamento e a composição da argamassa, nenhum arco de sustentação foi fechado sem que fosse verificada sua solidez, nenhuma trave ou viga colocada sem que a madeira fosse examinada e escolhida", palavras de Dr. Alcides Falleiros que acompanhou a construção em "Mirandópolis, sua evolução no século vinte."

A imagem de São João Batista, em tamanho gigantesco que encima o portal do altar mor, foi doada pelo senhor Francisco Hidalgo, pai do senhor Nego Hidalgo. Houve uma bela festa para conduzir a imagem até o interior da Igreja, conforme lembra sua neta Floripes Marchi Forte.

O relógio que marca as horas lá na torre da Igreja foi doação da Câmara e da Prefeitura Municipal. O sino maior de 530 quilos foi doado pela família do Dr. Raul da Cunha Bueno, e o menor de 410 quilos pelos Irmãos Santa Rosa, de Pirajuí que eram fazendeiros aqui. No sino maior está gravada a sua função: "Afugento as tempestades, congrego o Clero, reúno fiéis, decoro as festas e pranteio os mortos"

Sobre a fiscalização dura desse Padre Mestre Mor de Obras, há uma história contada pelo Sr. Lió de Amandaba, quando trabalhou na construção da torre. O Lió achava o Padre muito duro e exigente, pois não perdoava nenhuma falha no alinhamento e assentamento dos tijolos. Então, para se vingar de sua dura inspeção, lá do alto da torre jogava pedrinhas na cabeça do padre, para o provocar...

Em 1953, a Paróquia recebeu do Deputado Dr. Antonio Sílvio da Cunha Bueno, uma generosa doação em dinheiro, para a construção do Salão Paroquial.

Dezenas de operários se empenharam na construção da nossa bela Matriz. Infelizmente não há um registro de seus nomes. Há o destaque especial de Ernesto José dos Reis que foi o Mestre de Obras das fundações e levantamento das paredes. O seu Cláudio Menegatti que, era um jovem na época ajudou na construção das sapatas de 1,30 m de largura por 0,30 m de espessura. Essas sapatas foram reforçadas assim para suportar o peso das paredes. Como Mestres de Obras, atuaram ainda os senhores Orestes Momesso e Luiz Di Bernardi. A estrutura de madeira de todo o corpo da Igreja foi trabalho do Carpinteiro Osvaldo Garilli, contratado em Araçatuba. A construção da difícil estrutura de madeira da torre foi obra do Senhor Antônio Vieira de Barros. As calhas foram responsabilidade do Senhor Ataídes Tavares. E todo o acabamento final da fachada e do interior foi obra dos senhores Olindo e Narciso Marchi, Cipriano Rodrigues, Durvalino Rapina e José Alves Lima, que eram os pedreiros construtores da época. Olindo Marchi é quem moldou os anjos, que enfeitam a fachada frontal do prédio, acima da porta principal.

A partir de 1953, a Diocese começou a manifestar-se politicamente, visando o combate ao Comunismo e orientando os fiéis a votarem somente nos candidatos da Liga Eleitoral Católica. Nessa época, o Padre Epifânio incentivou o ensino de Religião nas Escolas, nomeando professores para tal fim e visitando Escolas, na hora do Ensino Religioso.

Nessa época, os Irmãos Gottardi fizeram doação do Batistério e dos ricos vitrais com cenários bíblicos. Foi colocada a balaustrada de 79 colunas de imbuia no Coro, na parte superior da entrada da Igreja. O pedreiro José Alves Lima doou uma réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida, que foi colocada num altar de mármore, confeccionado por ele mesmo. Castiçais de prata foram doados por Francisco Pardo e sua esposa Maria Emília.

Em 05 de julho de 1953, uma geada muito forte acabou com os cafezais de Mirandópolis e região. Os lavradores tiveram imenso prejuízo. E a Igreja teve que desistir dessa campanha.

Por essa época, a Igreja estava se transformando. Passou a celebrar os batizados em Português, para melhor compreensão dos fiéis. Mais tarde, o Latim seria substituído pela Língua Portuguesa na celebração das Missas...

Diligenciando junto às autoridades municipais, estaduais e da Federação das Indústrias do Estado, Padre Epifânio sempre preocupado com as condições econômicas de seus fiéis, conseguiu a instalação de uma Escola de Corte e Costura, administrada e mantida pelo SESI (Serviço Social da Indústria). Cedeu o Salão Paroquial para possibilitar esse ensino profissionalizante a mais de cem alunas, sob a orientação da Professora Jamile Dib Assad. Muitas costureiras saíram dessa Escola, para ajudar na renda de suas famílias.

Também conseguiu trazer um grupo de Irmãs Salvatorianas em 1959, que sob a direção de Madre Teodora Lopes abriram o Externato São José, que só funcionou por três anos, por falta de estrutura.

Também em abril de 1959, vieram as Missões, com o propósito de fortalecer a fé e conquistar mais fiéis para a Igreja. Eram cinco Padres Redentoristas, que animaram a comunidade com suas pregações, missas, regularização de batizados e casamentos. Durante vários dias percorreram também as Capelas dos Distritos e Fazendas pregando a palavra de Deus. Fortaleceram bastante o trabalho do Padre Epifânio.

Em 1960, com a crise do café, teve início o grande êxodo rural, que inchou as cidades. Havia muitos trabalhadores desocupados e isso era uma grande preocupação da sociedade. A Igreja Católica promoveu encontros de trabalhadores rurais, com o objetivo de pleitear a Reforma Agrária e resolver os problemas do campo. Padre Epifânio empenhou-se então, na orientação aos trabalhadores rurais, para formar um Sindicato, que defendesse os interesses da classe. E em novembro de 1963, foi fundado o Sindicato Rural de Mirandópolis, sob a orientação do Padre Epifânio e apoiado pelo DD. Promotor Público local.

Na década de 60, houve muitos melhoramentos na Matriz. Os Irmãos Torrezan fizeram a doação dos doze belíssimos quadros da Via Sacra, que decoram as paredes laterais da Igreja. E a Municipalidade sob o comando do Prefeito Geraldo Braga embelezou a praça que circunda a Matriz, com calçamento e ajardinamento. E o senhor Aparecido Cabrini e esposa fizeram a doação de ¾ de alqueire de terreno para a Cúria Diocesana.

E em 1963, os padres de todo o mundo foram liberados do uso da batina. Nesse mesmo ano, o nosso Pároco foi agraciado com o Título de Monsenhor Camareiro Secreto do Papa, concedido por Sua Santidade o Papa João vinte e três. E durante os festejos da cidade em 24 de junho de 1963, D. Henrique Gelain, Bispo da Diocese de Lins veio especialmente condecorar em sessão solene o novo Monsenhor. Reconhecimento pelos serviços prestados à Igreja e à comunidade. Mesmo tendo esse honroso título, o povo local nunca se acostumou a chamá-lo de Monsenhor. Até hoje, todos nós o chamamos de Padre Epifânio, porque parece mais íntimo, mais familiar. Monsenhor... Padre Epifânio.

Por ocasião da Revolução de 1964, que terminaria com a tomada do poder do Brasil pelas Forças Armadas, há um registro sobre a "Marcha da Família com Deus pela Liberdade" - O povo saiu às ruas para se manifestar contra o Comunismo, que queriam instalar no país. E em 31 de março de 1964, foi celebrada uma Missa Campal em Ação de Graças pelo Triunfo das Forças Armadas.

Na ata do livro Tombo da Paróquia, por ocasião de sua despedida, que se transferia para Vacaria, no Rio Grande do Sul, o DD. Bispo de Lins registrou: "Mirandópolis possui uma Matriz que faz inveja a muitos, tem Casa paroquial confortável, Salões Paroquiais (2) e outros melhoramentos, além de quinze Capelas disseminadas pelos campos. 03 de maio de 1964 D. Henrique Gelain".

Nessa época, o Padre Epifânio teve a grata satisfação de receber o Padre Francisco Xavier Nobuo Sano, que nascera na Segunda Aliança e escolhera o caminho do Sacerdócio. Foi o primeiro religioso saído destas terras e deixou o velho Pároco muito orgulhoso.


Depois de exaustivos trabalhos à frente de nossa Paróquia, o Padre conseguiu uma nova licença para visitar sua família na Espanha. Partiu em 15 de junho e voltou em 06 de outubro de 1965.

"Lutando com a falta acentuada de padres na Diocese, o novo bispo D. Pedro Paulo Koop, que substituiu D. Henrique Gelain, procurou trazê-los da Europa, para trabalharem nas diversas paróquias existentes como em outras cuja criação se tornava necessária. Da Irlanda vieram os padres Missionários do Espírito Santo, aos quais foram destinadas várias paróquias. E em 1º de janeiro de1967, para atender à solicitação desses padres, o sr. Bispo resolveu destituir Monsenhor Epifânio do cargo de Vigário de Mirandópolis, para lhes entregar a paróquia.

Depois de ingentes e contínuos serviços prestados à paróquia e ao povo de Mirandópolis, o velho pároco viu-se simplesmente dispensado, sem aviso prévio. Nem ao menos foi lhe designada nova paróquia, humilde capela que fosse, onde pudesse continuar pregando a palavra do Senhor, exercendo na plenitude seu sacerdócio." (Excerto do livro Mirandópolis, sua evolução no século vinte, de Alcides Falleiros).

Naquele dia houve uma pequena passeata contra essa decisão da Diocese. As pessoas rezavam e choravam, magoadas com tão injusta medida.

No livro Tombo, há o registro da vinda do bispo para empossar os Padres irlandeses Lourenço Ailbe Obrien e Patrício Donovan.

Anotação do próprio Padre Epifânio sobre a sua destituição esta registrada no Livro Tombo nº 2 - "1-1-1967 Nesta data foi entregue a Paróquia, obedecendo mandato do Sr. Bispo aos Padres da Congregação do Espírito Santo, nas pessoas dos Padres Lourenço Ailbe Olivier e Patrício Donovan da mesma Congregação. Neste mesmo dia, após a solenidade de entrega da Paróquia de que fui vigário durante vinte e cinco anos, me retirei provisoriamente a Lavínia, onde passarei alguns dias em companhia do amigo Padre Cesar Toppino."

E no livro Tombo há uma anotação do próprio padre sobre um jantar, que a Prefeitura ofereceu ao Bispo e aos novos padres... E o Bispo agradeceu ao Prefeito e ao Deputado. Cunho político? Sim, com certeza. O Padre Epifânio era durão, tinha suas convicções e não arredava pé, mas tomar-lhe as chaves do Sacrário e entregá-las a sacerdotes estranhos foi muito cruel. O rigor de suas atitudes se devia à formação religiosa muito rígida que recebera, e ele não sabia proceder de outra forma. E no Livro Tombo não há nada que explique a sua situação depois dessa destituição. De repente, depois de construir essa nossa bela Matriz, mais de uma dezena de Capelas, o velho sacerdote se viu sem casa, sem paróquia, sem família... Padres de terras estranhas se apossaram de sua Paróquia, de sua Igreja, de sua casa. Tinha sido descartado... Sem nenhuma consideração.


Já no fim da vida o padre estava alquebrado com uma hérnia que o atormentava, e foi trazido por uns tempos para a Casa de Saúde de Mirandópolis, para tratamento. Dr. Neif é que se encarregava de interná-lo, sempre que precisava. Enquanto esteve internado aqui, muitos amigos foram visitá-lo para demonstrar gratidão e carinho.

Ss Irmãs Vicentinas que atuavam no Asilo São Vicente de Paulo em Araçatuba cuidaram dele nessa época. Ele sentia muita tontura e caía, e a cuidadora tinha que dissolver os comprimidos e misturar com o leite para ele tomar... Não gostava de tomar remédios... No final foi desobrigado pelo Bispo de celebrar missa, devido à precariedade de sua saúde.

Ele nunca aceitava companhia, mesmo estando tão fraco e doente. Por fim, levaram-no à Santa Casa de Araçatuba, onde acabou falecendo no dia 16 de agosto de 1983. Tinha 84 anos. Foi velado na Capela do Asilo, de onde seu corpo foi trasladado para Mirandópolis. Aqui foi velado na Igreja Matriz São João Batista que ele construíra, e foi sepultado no Cemitério Local. A população de Mirandópolis em peso compareceu ao seu velório. Há uma lenda sobre o último desejo dele: Dizem que ele teria escolhido a parede esquerda do altar mor para seu jazigo. Teria dito a um dos operários que gostaria de ser sepultado lá na Igreja, que ele construíra, como ocorria em muitas Igrejas antigamente. Ninguém soube me informar a razão de não terem cumprido esse desejo final. Com certeza, deve ser algum protocolo que desconhecemos. De justiça, ele merecia repousar lá para sempre. Para ser o Guardião eterno.

Sobre a sua morte há uma nota fria no Tombo 2 da nossa Paróquia: "Morreu o Monsenhor Epifânio Ibanêz. Ele trabalhou durante 25 anos até janeiro de 1967, data em que os Padres da Congregação do Espírito Santo assumiram a Paróquia. Depois de sair de Mirandópolis ele passou a morar em Araçatuba perto do Asilo de São Vicente, ficando aí até a sua morte. Muita gente participou do seu velório e do enterro."

As revelações sobre famílias mirandopolenses, que cuidaram dele com carinho e atenção no desterro, de alguma forma resgatou a dureza da injustiça. Conseguiram provar que, mesmo que autoridades tenham sido ingratas, a gente simples do povo entendeu a grandiosidade de sua missão, e soube cuidar dele com o carinho e respeito que realmente merecia, e mesmo tendo sido tão duramente punido, Padre Epifânio não sucumbiu ao desterro. Continuou cumprindo sua missão de levar a palavra de Deus, por onde passou. E conquistou muitos corações com a sua honestidade e religiosidade. Foi autêntico até o fim.

Trecho compilado - do Texto original e pesquisa da Publicação da Sra. Kimie Oku

 Em 22 de Setembro de 2016- https://cronicasdekimie.blogspot.com.br/

Datas significativas

1939 - Chegada do Padre Epifânio nesta cidade

1945 - Inicio da construção da Igreja Matriz

1950 - Inauguração da Igreja Matriz

1952 - Inauguração da Torre

1983 - Falecimento do Monsenhor Epifânio Ibanêz